O amor e os abraços “Os humanos sofrem bastante. Muito, para não dizer a maior parte, do nosso sofrimento tem origem na relação com aqueles que nos amam. Estou constantemente ciente de que a minha agonia profunda provém, não dos terríveis eventos que leio nos jornais ou vejo na televisão, mas da relação com as pessoas com quem partilho a minha vida diária. São precisamente os homens e mulheres, que me amam e que estão muito perto de mim, os que me ferem. À medida que ficamos mais velhos, geralmente vamos descobrindo que nem sempre fomos bem amados. Com frequência, os que nos amaram também nos usaram. Os que se interessaram por nós foram, por vezes, também invejosos. Os que nos deram muito, por vezes, exigiram também muito em troca. Os que nos protegeram quiseram também possuir-nos nos momentos críticos. Habitualmente, sentimos a necessidade de esclarecer como e por que é que estamos feridos; e, com frequência, chegamos à alarmante descoberta de que o amor que recebemos não foi tão puro e simples como tínhamos julgado. É importante esclarecer estas coisas, especialmente quando nos sentimos paralisados por medos, preocupacões e anseios obscuros que não compreendemos. Mas compreender as nossas feridas não basta. Ao fim, temos que encontrar a liberdade para passar por cima das nossas feridas e a coragem para perdoar aos que nos feriram. O verdadeiro perigo está em ficarmos paralisados pela raiva e pelo ressentimento. Então começaremos a viver o complexo do 'ferido', queixando-nos sempre de que a vida não é 'justa'. Jesus veio livrar-nos destas queixas auto-destrutivas. Ele nos ensina a por de lado as nossas queixas, perdoar os que nos amaram mal, passar por cima da sensação que temos de sermos rejeitados e ganharmos coragem para acreditar que não cairemos no abismo do nada, mas no abraço seguro de Deus cujo amor curará todas as nossas feridas.” [Henri Nouwen] Deus tem um coração que abraça o mundo. Não pode ser outro o nosso coração. O amor de Deus não pode ser contido. Sempre que derramado sobre alguém, transborda para quem está em volta. E quanto mais se derrama, mais se espalha. Não faz sentido pretender abraçar o mundo sem a disposição de amar quem está ao lado. Nisso consiste o desafio do amor: amar quem não nos amou bem, quem nos feriu, quem nos usou ou de nós abusou, amar quem nos oprimiu com seu amor não tão puro, ou com seu jeito meio estúpido de ser e amar. Demorou muito para que eu percebesse que quando Jesus disse que deveríamos amar nossos inimigos e aqueles que nos perseguem, na verdade estava falando inclusive de nossos familiares ou das pessoas com quem cultivamos as relações mais afetivas e fraternas. Nouwen tem razão, “à medida que ficamos mais velhos, geralmente ficamos mais capazes de discernir os falsos amores”. Mas é igualmente a maturidade que nasce das dores de amor, que nos capacita a amar verdadeiramente. Talvez por isso o apóstolo Paulo testemunhou que, ao deixar as coisas de meninos e meninas, descobrimos o amor de Deus e, no amor de Deus, o poder de amar. Head80 uma igreja para todos!
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Tudo começou em 2004, quando o produtor musical Mark Johnson estava dando uma volta em uma rua perto da praia de Santa Monica, na Califórnia, e ouviu uma música conhecida. Ele logo reconheceu Stand by me, que ficou famosa nas vozes de nomes como John Lennon e Jimi Hendrix, mas é do relativamente desconhecido Ben E. King. Quem tocava era Roger Ridley, figurinha fácil entre os músicos de rua da grande Los Angeles e que, apesar de ser de Las Vegas, a mais ou menos 380 quilômetros, batia ponto todo sábado na Third Street Promenade, um misto de polo cultural e centro comercial de Santa Monica, que reúne lojas, teatros, cinemas e vários artistas. Embora seja uma música famosa, alguma coisa na interpretação de Ridley mexeu com Mark Johnson. “Ele toca com tanta paixão e entrega”, pensou o produtor, que logo concluiu: “Preciso levar isso para o mundo inteiro”. Foi assim que surgiu o projeto Playing for Change. Mark e o amigo Enzo Buono registraram a performance de Roger Ridley e viajaram pelo mundo, fazendo contato com outros músicos de rua e personalidades locais de países como Holanda, África do Sul, Congo, Rússia, Venezuela, Itália e Brasil. Sem nunca terem se encontrado antes, mas ouvindo a gravação original, cada um dos artistas deu um toque pessoal para Stand by me.O resultado virou um documentário chamado Playing for change: peace through music, que tinha o propósito de “inspirar, conectar e trazer paz ao mundo através da música”. Um vídeo no Youtube, que mostra o resultado final da música, teve mais de 30 milhões de acessos e acabou sendo o principal cartão de visitas do Playing For Change pelo mundo. A coisa toda, lógico, cresceu. Primeiro, ganhou o apoio de músicos famosos que adoram uma causa social, como Bono e Manu Chao. Na sequência, criou uma fundação, que ensina música para crianças carentes da África do Sul, Nepal, Gana, Mali e Ruanda. Depois, um CD e DVD foram gravados, com mais de 100 artistas diferentes interpretando músicas como Dont’ worry, One love e, claro, Stand by me. |
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